terça-feira, abril 24, 2007

Karma coletivo


Quem vive em São Paulo sofre. Esse é um fato. Agora, ontem o sofrimento foi maior.
Ônibus tão lotado, mas tão lotado que não tinha lugar nem pra pôr o pé, nem pra segurar e aquelas pessoas de camisa com tecido sintético - suadas - encostando em você, sabe??
Invadindo seu espaço pessoal, respirando aquele mesmo ar... Juro. Ninguém merece.

Escureceu, raiou um novo dia. Céu azul e coisa e tal. Õnibus chega junto comigo ao ponto, coisa boa. Até parece!!! Pelo menos hoje o coletivo estava mais vazio, tinha lugar pra sentar (OK, no corredor, onde as pessoas se debruçam sobre você, sem cerimônia nenhuma, mas pelo menos vim sentada).

Mas quem disse que o trânsito andava? Você conhece São Paulo? O trajeto do meu ônibus é pela Corifeu de Azevedo Marques, Vital Brasil, Rebouças e Paulista. Coisa simples. Em dia normal, coisa de 40 minutos, o trajeto total. Saio com uma hora de antecedência, pra garantir. Sabe como é, sou paulistana, prevenida. E me considero uma pessoa ultrapontual. Sou mega-preocupada em ser pontual. Pode ser loucura minha... Fazer o quê? Mas o fato é que hoje, levei quarenta minutos para chegar à Rebouças. Brincadeira?? Fala sério. Cheguei meia hora atrasada no trabalho.

Agora, até aí, tudo bem. Coisas dessa cidade maluca... O problema é que eu gosto de ler, nesse trajeto. Assim, sinto que aproveito meu tempo com alguma coisa útil. E quem disse que hoje eu conseguia ler? Tinha uma mocinha, estudante do último ano de faculdade, que faz seu TCC e que trocou de orientadora ontem... que não parava de falar. Não parava. Mesmo. Juro. Se a gente pode chamar uma pessoa de "chata", mas com a boca cheia, ela seria uma candidata natural ao adjetivo. A menina tagarelava tanto, mas tanto, que uma hora decidi fechar meu livro e ficar prestando atenção na conversa. Pra quê?? Ela devia fazer Fisioterapia. Só falava em acidentes, cicatrizes, cirurgia plástica, perebas, sangue, ataques de cachorros assassinos, coisas assim. Quem tem "estômgo" fraco tava perdido! Aquele busão, abafado, cheio (nessa hora já tinha lotado), o tal amigo da menina, com a namorada ao lado, tinha sofrido um acidente de moto, e ela queria saber os detalhes, e por aí vai... Daí a amiga queria contar alguma coisa e ela interrompia!! Juro! Nem deixava a menina falar. E té-té-té, té-té-té, té-té-té, té-té-té...... Olha, nem te conto... chegar aqui hoje foi uma aventura. E tanto.

Ainda bem que existe Lost na minha vida. Porque pelo menos eu tenho algo melhor pra pensar, do que em tudo o que aconteceu na manhã de hoje. Ninguém merece.

6 comentários:

  1. Silvia compra um radinho e poe um foninho. Gosto de ouvir noticiarios pela manha..

    Boa semana

    bjs

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  2. Anônimo11:19 AM

    Silvia,
    Antes eu até diria que ninguém merece, mas hoje, acho que o brasileiro merece esse e muitos outros desconfortos mais, muitas privações e tals, principalmente o brasileiropocotó. rss
    A pena é que outros brasileiros como eu, você e o toshiba entre outros poucos, acabam se ferrando por tabela.
    Beijos

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  3. Aff! Que triste essa sua viagem pro trabalho! Você deveria ter encenado uma cara de enjôo e dito: "ai que vontade de vomitar! Tô com náusea!" rsrsrsrsrs!
    Ela com certeza teria parado de falar, com medo que vc fizesse caquinha por cima dela! rrsrsrs
    Sou má, né?
    Beijos.

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  4. Anônimo9:30 PM

    É por isso que eu sempre digo: não há nada como o bom e velho meio de transporte seletivo (táxi).
    Há braços e sorte na nova casa!!

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  5. Anônimo7:01 AM

    Bem, eu sou um defensor ferrenho do transporte público. Todo mundo quer ter carro, mas se todo mundo tiver mesmo, a cidade pára.

    Mas esse tipo de coisa aí, ninguém merece. A sugestão mesmo é deixar um MP3 player de reserva, para ao menos gastar o tempo ouvindo boa música ou até uns podcasts.

    (meu primeiro comentário depois de meses lendo o blog; estou até emocionado...) :D

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  6. Anônimo9:32 PM

    Ninguem merce mesmo.. mas sendo POlyana, pior era se tivesse chovendo..

    Bjuz nana

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