terça-feira, abril 15, 2008

O dedo na ferida


A imprensa é assim: fica batendo na mesma tecla over and over and over. Até todo mundo enjoar daquele assunto.


Mas de certos assuntos, a imprensa simplesmente não trata, ou trata de forma superficial, errada. O aborto, por exemplo. O Brasil é um país em que o índice de aborto é altíssimo. Se não existissem meios anticoncepcionais eficientes e modernos, vá lá (ou melhor, nem assim eu aceito essa idéia assassina). Mas se existem tais métodos, à disposição de todos, o aborto deixa de ser um crime justificável. Sim, um crime. É um crime ainda mais covarde, porque aquele feto não tem como se defender e nem como gritar por socorro.


Eu espero que mais pessoas pensem como eu, por elas mesmas. Porque se for depender da "imprensa", da "mídia" para esclarecer sobre esse fato, pode esperar sentado/a. Aí, as pessoas começam a pensar que as mulheres têm o direito de decidir sobre seu corpo, e tal. Papo furado. Ali naquele feto pulsa uma vida. Um projeto de vida. Desde o primeiro instante que o óvulo se junta ao espermatozóide e até mesmo muito antes. Quem acha que tem o direito de acabar com aquela vida está sim cometendo um crime covarde. É isso que eu penso.


Não conheço ninguém que tenha feito um aborto e que não se sinta mal (muito mal) com isso.

Não é a mesma coisa que ir à farmácia e tomar um remédio qualquer para dor de cabeça. Não é.

É muito diferente. É um crime (ainda bem que é crime também na lesgislação brasileira) e é algo do que se envergonhar. Mas quem se arrepende já dá um passo em direção à evolução e o erro sempre pode ser reparado.


Ando repetitiva, porque falei desse mesmo assunto no Consulta Sentimental. Mas preciso falar aqui de novo, porque acho que a imprensa brasileira precisa mudar o foco das suas pautas. E faz tanto tempo que não vejo nenhuma matéria sobre o assunto!! Ou as que vejo relativizam a coisa, suavizam o ato brutal que é um aborto.


O mais chocante é ver médicos que juraram defender a vida cometendo esse crime a torto e a direito... E parece que só a Igreja Católica é que fica lá sozinha defendendo a vida. A Igreja Católica tem algumas falhas, mas é um mérito dela essa defesa da vida.


Ah! Encontrei uma notícia atual aqui sobre o assunto. Uma notinha mirrada. Porque não se vai atrás das estatísticas sobre o aborto, não se faz um quadro, um infográfico, mostrando a posição do Brasil nessa triste estatística? Por que não se entrevistam mulheres que cometeram esse crime e que hoje mal conseguem conviver com a sua própria consciência? Ou que ficaram inférteis em função do aborto? Porque nesse caso não dá pra ouvir o "outro lado", conforme a velha regrinha da Folha de S. Paulo, o feto não fala!!! Se falasse, gritaria por socorro e pediria: "não me mate, mamãe!" Por isso que eu digo que a imprensa tem um sério problema de "pauta"!!!

Eu sou aquela pessoa que prefere os assuntos leves e os temas alto astral. Mas achei que estava na hora de botar o dedo na ferida. Nossa, como me senti mal ao buscar uma imagem para esse post.... My God!! All we need is love.

3 comentários:

  1. Anônimo12:01 AM

    sil, exatamente...chamam isso de ser politica e inteligencia emocional.
    eu chamo de hipocrisia

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  2. Desse jeito, você está apenas fazendo juízo de valor e querendo impor sua opinião sobre os outros.

    As mulheres têm, sim, o direito de decidir quando querem botar um filho no mundo. Qualquer argumento usado para tentar quebrar essa premissão não passa de conversa-mole.

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  3. Oi oi Sílvia,

    Desculpe-me pela ausência das últimas semanas... I'm back.

    Tenho lido muitas coisas que têm me balançado em relação ao aborto. Antes, era um ferrenho opositor da idéia. Hoje, eu me assento para conversar. Um texto do Hélio Schwartasmann me fez pensar. Se quiser, posso lhe passar.

    Aproveito o assunto para levantar uma outra questão: você viu o filme "Juno"? O que acha do projeto de "doação" de crianças?

    Beijo,

    Lelec

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