
A vida é feita de mudanças. Cabe a nós, pobres mortais, nos adaptarmos a elas da melhor maneira possível. Nessa profissão, existem basicamente dois lados: assessoria x redação. Na assessoria, o seu trabalho é uma coisa assim invisível. Você comemora quando sai uma matéria que não é sua, falando de alguém que não é você e passa o dia no telefone e no email resolvendo problemas que não são seus.
Na redação é diferente. Alguns jornalistas, que não conhecem o lado de cá, onde nunca estiveram, acham que os assessores são aquelas pessoas que não sabem escrever uma frase com sentido, ou que estão ali apenas para fazer follow bem na hora do fechamento. Alguns jornalistas são bem metidos e muito desagradáveis com o pessoalzinho que rala do lado de cá.
Mas nem tudo são espinhos. Há jornalistas bacanas, que falam com os assessores como se eles fossem verdadeiras pessoas humanas, e até ouvem o que eles têm a dizer. Nem sempre são assuntos palpitantes, mas às vezes podem render uma boa matéria. Essa parceria é algo possível de se conseguir. Não é nada fácil, mas é possível.
Só que o cliente não quer esperar. Ele quer sair na Veja agora. Daí entra aquele seu lado diplomático. Tem que manter a calma em todas as situações. Ser um pouco psicólogo, um pouco professor, para ensinar ao seu cliente como as coisas funcionam... Não é nada mole. Trata-se de matar um leão (ou vários) por dia, escalar montanhas sempre mais altas no horizonte.
Já na redação, por outro lado, não é mais possível viver sem o press release. Por mais que os jornalistas de redação reclamem das vírgulas colocadas em lugares errados (e das crases, ah! as crases...) a verdade é que eles não podem mais viver sem os press releases. Ir atrás da notícia é coisa do passado. Hoje, a notícia corre atrás dos jornalistas, onde quer que eles estejam. E tem lugar a briga pela exclusividade na divulgação da informação. Quem dá mais?
E assim vai.
Eu sei dizer que existe outro nicho de mercado para os jornalistas atuarem, que passa ao largo dessa dicotomia redação x assessoria. E é pra lá que eu vou. A partir de agosto, vou vender meu peixe em outra freguesia. Não vejo a hora!! Daí eu volto aqui pra contar como funciona esse terceiro lado, de novo.
Me aguarde.