Vamos fazer jus ao subtítulo desse blog. Quem sabe o que acontece nos bastidores da notícia? Muitos sabem. Outros não. Correndo o risco de parecer repetitiva e enfadonha, vou dizer que as redações são locais onde você encontra muita gente (ou nem tanta gente quanto deveria ter, já que cada jornalista costuma trabalhar por, no mínimo, dois) trabalhando muito (isso significa lendo e-mails, digitando e-mails, fazendo entrevistas por telefone, escrevendo e publicando matérias, na maior parte do tempo). Em geral, o horário de trabalho é algo abstrato demais para ser seguido à risca. Você também encontra jornalistas discutindo, mais ou menos amistosamente, em função da temperatura do ar condicionado. Telefones tocando. Veículos cada vez mais especializados. Jornalistas pressionados pelo tempo. Pelo fechamento. Pela ameaça de perder o emprego para outros jornalistas (ou nem isso) mais jovens e, embora menos experientes, dotados daquela garra e daquela paixão pelo trabalho que você já perdeu há algum tempo. Salários cada vez mais baixos, contratos de trabalho cada vez mais informais. Tá certo que tem também os momentos das piadas, das risadas coletivas, que atrapalham os outros setores. E até alguns elogios, vez por outra. Minha teoria, no entanto, é a de que o ambiente típico de uma redação cada vez se dilui mais e mais. Em breve todos trabalharemos remotamente e as redações se tornarão meras lembranças do passado.
Mas enquanto isso não acontece para todos, alguns pioneiros conseguem se libertar e vão na frente, abrindo caminho para os que virão atrás. A verdade é que às vezes a vida ensina umas lições que a gente custa a entender. E por mais que estejamos preparados para o que virá a seguir, sempre é desagradável descobrir que no seu caso aquele ambiente ficou para trás. Definitivamente. Você talvez não pertencesse mais àquele lugar e só faltava "isso" pra perceber (que nem naquela propaganda de cartão). Agora não falta mais.
Claro que acontecem mais "ene" coisas em redações. Mas prometo voltar ao assunto em outra ocasião (e em outro humor também). Nem sempre a gente tá a fim de fazer gracinha. Às vezes, é necessário falar sério. Embora a sensação de liberdade e de descomprometimento com quem quer que seja, a não ser com você mesmo e com a sua consciência, seja ótima.
(A foto da redação de O Globo, meio vazia, tava lá no blog do meu amigo Alexandre Carvalho, a quem agradeço virtualmente. )
tomare que esteja certa, Silvia. Não vejo a hora do trabalho remoto reinar de vez nas redações...Sinto muita falta da redação que nunca tive na minha vida profissional quando a vida ainda era mais tranquila e cada jornalista tinha o papel de um único jornalista. agora, que assumimos o trabalho de dois ou três, acho mais justo que seja um trabalho remoto já que ninguém nunca tem tempo para trocar idéias dentro da redação...
ResponderExcluir"Conheço" a redação do O Globo, pelo blog da Cora Ronai.
ResponderExcluirBoa semana Sílvia
bjs
Querida, é muito bom encontrar um lugar nessa internet gigantesca de textos tão interessantes quanto os seus. Afinal, quem não quer saber o que acontece ali atrás? Bjs.
ResponderExcluirSilvia que friozinho gostoso. So falta luz...sol.
ResponderExcluirbjs
descrição perfeita!
ResponderExcluirNossa! Já tem quase dois anos que tirei essa foto. Foi pouco antes de eu me mudar para São Paulo, depois de uma palestra no auditório do jornal.
ResponderExcluirTenho saudades daquela empresa. Adorava circular pela redação e sentir a adrenalina dos colegas produzindo notícia de verdade.